domingo, 21 de junho de 2009

Entrevista Nando Mello - fala sobre os baixos Ledur - site www.baixista.com

Como foi seu início na música, o que te levou ao baixo? NM – Comecei a tocar violão pelos 12 anos de idade. Gostava muito das tradicionais bandas dos anos 70 como Led Zeppelin, Deep Purple e logo em seguida conheci o Yes. Fui descobrindo que várias linhas que eu imaginava que eram de guitarras na realidade eram do baixista Chris Squire. Ai fui descobrir o que era um contrabaixo. Depois disso me convidaram para preencher uma vaga em uma banda no meu bairro. Eu nunca havia tocado baixo mas me apaixonei.Era um antigo Tonante de quatro cordas. Isso foi a vinte anos.

Como surgiu a oportunidade de tocar no HANGAR? NM – Em 1998 o Aquiles colocou um anuncio procurando baixista em um jornal em Porto Alegre. Neste mesmo dia eu tinha anunciado a venda de um equipamento. Fui conferir o meu anuncio e dei de cara com o do Hangar. Como a banda já era conhecida no cenário decidi que iria tentar e fui conversar com os caras. Eles me deram uma fita com oito musicas que incluía, Helloween, Stratovarius, Malmsteen e Dream Theater. Isso aconteceu em dezembro de 98 e o teste somente em fevereiro de 99. Acho que fui bem , estou até hoje, rs.

E sobre tocar ao lado de Aquiles Priester, Você teve que estudar muito as músicas ou foi um processo normal de aprendizagem?NM – Na realidade eu nunca havia tocado metal, então tive que me adaptar e aprender muito. Acho que levei uns dois ou três anos para captar tudo o que a banda queria. Para isso ensaiávamos muito, as vezes sete ou oito horas por dia, em compensação as musicas ficavam muito bem executadas. O Aquiles é um baterista excepcional então procuro sempre parar e entender o que ele está fazendo para depois decidir como executar. Sem duvida tocar com ele faz parte de um aprendizado continuo.

Você tem algum tipo de receita para se sobressair no mercado musical ou as coisas foram acontecendo e você sempre esteve preparado?NM – A receita é sempre estar preparado para o que vem chegando. Não tentar chegar a 100%, mas sim a 101%. Isso não envolve somente música , mas sim produto, negócios, shows , deslocamentos e toda a logística para colocar a banda na estrada e mercado. Você tem que ser um empreendedor e estar preparado para trabalhar neste mercado, focar e buscar o que você quer. No caso do Hangar temos este espírito desde o inicio em 98/99 porque o metal é um mercado muito difícil. Focamos e vamos atrás do que queremos.

E sua rotina de estudos, Ainda da para ter?NM – Nos últimos dois anos tenho tido pouco tempo além de executar o que o nosso set prevê. A banda ocupa grande parte do tempo que tenho. Quando estou em casa procuro colocar algumas musicas no cd e acompanhá-las, mas nada muito metódico não, sempre na praia do ar, metal e pop rock.

Um músico como você tem muitos compromissos durante o ano todo. Isso te deixa longe de casa muitos meses, Você sempre teve apoio da família?NM – Quando começamos em 1999 já tínhamos um objetivo traçado que depois de alcançado era sucedido por outro objetivo e assim por diante. Vencíamos etapas. Hoje mudamos bastante porque temos várias frentes de trabalho, shows, gravações, lançamento de DVD, cd ao vivo, contratos no Brasil e exterior, workshops. Isto requer tempo e você tem que saber assimilar estas particularidades. Nos últimos doze meses , fiquei oito fora de casa , viajando o Brasil todo. Foram mais de 35mil kms de estrada, 60 shows e workshops. Você tem que tratar isto como um trabalho convencional, o que realmente é, a única diferença é que você não usa gravata, mas se precisar sem problema. A diversão acontece em cima do palco na hora do show, assim mesmo existe o compromisso com a execução das músicas. Minha família da apoio total e sempre valorizou tudo o que faço, alias, dá valor ao que todos na banda fazem porque sabem que estamos lá juntos e por eles também. É aquela velho ditado, “quem está na chuva...”. Sei que tem um trabalho muito intenso de aulas e workshops pelo Brasil todo. Conte um pouco sobre isso. NM – A Escola Bateras Bia de Porto Alegre por intermédio de seu Diretor Rafael Dias me deu a oportunidade de dar aulas de baixo , ampliando seu leque de alunos. È uma experiência nova para mim mas que está sendo proveitosa. Além disso o Aquiles Priester me convidou para participar dos seus workshops .Tocamos várias músicas juntos. Tem sido uma experiência muito legal porque o workshop é diferente de um show. O fã ou quem vai fica próximo, pode fazer perguntas e participar além de presenciar a execução de músicas. Parece que a pressão é até maior, na primeira vez levei um susto, mas agora já acostumei. È uma parceria que me agrada e até hoje agradeço pelo convite.Estar no mesmo palco junto a um baterista como o Aquiles é sempre uma responsabilidade muito grande. Eu e o Martinez(guitarra Hangar) também de mês em mês estamos em Curitiba na Escola Drumtime do baterista Joel Jr e em São Paulo no Com, Centro de Orientação Musical. Alias as escolas que quiserem fazer parceria tanto comigo quanto com o Martinez podem entrar em contato. Voltando aos workshops, no ano que passou foram 16 somente no segundo semestre e são experiências muito boas para o músico. Aliás o Aquiles em seu site fez um diário desta aventura.

Nando Mello Você acha importante em tempos como os de hoje ser meio polivalente nos negócios?NM – Sim, trabalhei 15 anos em ambiente corporativo e a música não é diferente. Você tem que ser gestor do seu próprio negócio, ou seja, a música. Saber ser verdadeiro, tratar as pessoas com respeito e respeitar o seu próprio trabalho. Você deve conhecer o terreno que está pisando.

Mudando um pouco de assunto me fale desse baixo que leva seu nome?NM–Conheço o Francisco Trombini, proprietário da Ledur (antiga Cheruti)(www.ledur.net) a cerca de 10 anos, pois a fábrica é bem próxima da minha casa. Sempre quis ter um baixo fabricado por ele , mas nunca tive oportunidade. Com a chegada do novo cd do Hangar em 2007 e todo o planejamento que tínhamos resolvemos fazer uma parceria que tem sido boa para ambos. O projeto do baixo foi feito com as especificações que passei aliada a algumas idéias do pessoal da fábrica. Por exemplo a escala eu pedi que fosse menor do que o habitual, fixamos em 30 polegadas. O Francisco sugeriu o acabamento em Roxinho, uma madeira avermelhada sensacional. Quanto ao som, não foi difícil, apenas falei como eu queria e chegamos a captação Seymour Duncan com o pré YD Tech, utilizado pela Ledur. È um modelo Bass Power que leva o meu nome e assinatura. Para o som que faço, baseado em rock, hard e metal é um baixo especial, pois apresenta um médio encorpado e grave apurado, além de ter um sustain maravilhoso. O legal é que ele não se prende apenas ao estilo que toco, mas pode ser usado em qualquer tipo de som pois o pré utilizado pela Ledur é ótimo. Pelo seu tamanho e peso é um baixo que pode muito bem ser usado por quem toca seguidamente em bares e bailes. Em uma ano fiz cerca de 70 eventos com o novo Bass Power NM e posso dizer que por onde passei os elogios foram muitos. Estaremos lançando um cd/dvd ao vivo no mês de março onde o som “live” está “animal”.

Hoje em dia muitos músicos profissionais usam instrumentos hand made. Você pensa que isso é um modismos ou tendência de mercado?NM– De maneira alguma é um modismo. Sinceramente eu acho que depois que o cara bota a mão em um hand made, ele acaba esquecendo o convencional. Eu já vi isso acontecendo muitas vezes, principalmente com baixistas, que são os grandes consumidores deste mercado.


Com a exposição que o HANGAR teve no ano passado, mudou muita coisa na sua vida?? Você consegue ainda cortar grama e pintar a sua casa?? (..risos) NM–Como falei antes, fiquei 75% do ano fora de casa, mas sempre que volto procuro dar atenção ao que ficou para trás, e isto inclui um bom corte de grama e porque não pintar a casa, rsrsrsr. Como falei antes é o exercício da sua profissão.

Como é a cena musical no sul do país? Temos aí muitos baixistas e que tipo de som a gurizada escuta? NM- A cena musical é agitada em todas as áreas, do rock até o popular. Acho que faltam ainda espaços para tocar ,mas isto sempre foi assim, a banda ou o artista que tem que fazer e trilhar o seu caminho. Porto Alegre tem grandes baixistas como Ricardo Baumgarten e Roger Solari, ou ainda o Fábio Alves de Caxias do Sul. Caras que tocam muito.

Defina Nando Mello em uma única palavra?NM – Equilíbrio Deixe um recado para a galera que está ligada no Baixista.com.br. NM – Agradeço a oportunidade de participar e parabenizo a equipe do site pela iniciativa de manter atualizado no mundo dos graves, todos nós, apaixonados por este instrumento que é único. Aproveito para convidá-los a conhecer o trabalho da banda Hangar pelos sites www.hangar.mus.br e www.nandomello.com , muito obrigado. entrevista por:Jota Jota -

Um comentário:

  1. OLÁ BOA TARDE GOSTARIA DE ESTAR TRABALHANDO EM UMA LOJA DE MUSICA, PARA ESTAR ADQUIRINDO EXPERIENCIA QUERO SEGUIR CARREIRA E ESTOU FAZENDO CURSO PARA ENTRAR NA FACULDADE. ALGUEM PODE ME AJUDAR? O QUE EU DEVO FAZER PARA CONSEGUIR O EMPREGO? GRATA GIOVANNA

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